Por Ingrid Tavares - Revista Galileu - Ed. 242 - Set.2011
A cantora islandesa sai do casulo neste mês para lançar seu sétimo CD, que chega disfarçado de projeto multimídia. É que Biophilia engloba ainda uma turnê de 3 anos, que passará 6 semanas em cada umas das 8 cidades escolhidas; um documentário de 90 minutos sobre o processo de criação e produção; um website reprogramado (em HTML5, como dita a moda); e o centro das atenções do trabalho, que fica a cargos dos 10 aplicativos para iPad e iPhone.
Eles resumem a idéia da artista de fundir, em uma só plataforma, música, tecnologia e ciência. A começar pelo nome do CD, que surgiu após a artista ler Musicophilia, do neurologista Oliver Sachs. "Como não sou boa em inglês, pensei que Biophilia poderia ser o título, mas 'Bio' se referindo à natureza [e não à vida]", diz Björk, em entrevista à imprensa internacional, que só mais tarde descobriu que o termo significa amor à vida.
Os aplicativos não são só um recurso audiovisual das músicas, eles também viram jogos interativos e instrumentos de mixagem, diz Scott Snibe, que coordenou a experiência que pode tirar o CD da ameação de extinção. Segundo ele, o costume de gastar com música, perdido por conta da pirataria, pode ganhar um novo significado com o iPad. "As pessoas gostam de ter uma experiência com a música, manter uma relação. Antes, elas tinham um disco grande na mão, o colocavam para ouvir, viam a capa, folheavam o encarte. Segurar um tablet é meio parecido com um disco, a gente volta a ter algo especial. E é iss que fizemos com Biophilia."
Qume não quiser esperar até o lançamento no dia 26, pode baixar o aplicativo principal "Cosmogony", o único gratuito, e usar o guia abaixo para saber em qual canção vale investir.
Universo em desencanto
Veja as músicas do CD e descubra o que há nos 10 aplicativos do iPad
"Cosmogony"
A galáxia dá início à jornada interativa, onde dá para conhecer e comprar as outras faixas, representadas por constelações.
"Moon"
Miniaturas de luas são configuradass para tocar a música, mas elas podem ser alteradas e fazer outro som.
"Thunderbolt"
O aplicativo vira um instrumento a cada toque nas faíscas de eletricidade, que são como notas.
"Crystalline"
O usuário navega por túneis 3D - e por dentro da música - usando um cristal como suporte.
"Hollow"
A música mostra uma duplicação de DNA (formação de novas cadeias de código genético), que é feita em sincronia com o ritmo.
"Virus"
Um ataque viral às células é a base desse jogo, que interrompe a música se o inimigo for contido - só quem perde ouve o som todo.
"Solstice"
Organize os planetas para ouvir um som. Se o iPad estiver inclinado, cada astro aparecerá com um tamanho diferente.
"Dark Matter", "Mutual Core" e "Sacrifice"
Serão lançados só em 2012.
Prezadas e Prezados, opinem sobre essa notícia com foco na produção audiovisual associada à música e a indústria fonográfica. Aproveitem e curtam o videoclip, assunto de nossa próxima aula.