terça-feira, 23 de novembro de 2010

Exercício Final - Roteiro não linear


Prezadas e Prezados,

A partir da aula passada, façam um pequeno roteiro não-linear.

Os slides estão na sala de Material Didático.

Sejam criativos, multiplataforma e interativos.

Trabalho Individual

Entrega impressa: dia 01/12/10

Valor: 10 pontos

domingo, 14 de novembro de 2010

Série 'Clandestinos', da Globo, mostra novos caminhos para a TV


Por Mauro Trindade - Terra TV - 14/11/2010

Há uma certa ideia de que a dramaturgia na televisão deva ser naturalista. Isto é, que os atores devam representar da forma mais próxima possível da vida real, sem grandes arroubos emocionais, sem exageros na gestualidade ou na expressão corporal. Clandestinos - O Sonho Começou, série escrita e dirigida por João Falcão que, desde a semana retrasada, a Globo exibe, reduz a poeira esta concepção.

Como a televisão trabalha muito com planos fechados e closes, faz sentido pensar que a ênfase dramática do teatro - visto de longe por dezenas de pessoas - tenha de ser abrandada. E, já que na TV a maior parte do corpo desaparece na maioria das cenas, a expressão corporal precisa ser mais leve.

Daí as cenas televisivas serem bastante estáticas - à exceção das externas de ação. E, por isso mesmo, há tantas cenas à mesa em novelas. Mesmo o mais miserável dos personagens toma café da manhã de hotel cinco estrelas. Com todo mundo em volta de uma mesa de cozinha, a movimentação fica reduzida e os diálogos podem transcorrer sem maiores problemas de deslocamento de câmeras e de enquadramentos.

Clandestinos é a história de jovens interessados em participar de uma peça teatral e que se submetem a um teste classificatório implacavelmente curto. Pelo tema, que permite planos gerais que exibem todo o corpo dos personagens no palco e pela faixa etária dos atores em papéis de jovens, é possível uma atuação mais carregada. O que, em outros contextos, tornaria-se "overacting".

A presença de novos atores, formados por uma escola tão diferente das oficinas de atores de TV, também imprime diferenças na maneira de ser e de agir destes 17 novos talentos, entre eles, as gêmeas Giselle e Michelle Batista.

João Falcão reconta essa velha história do teatro, a do aprendiz e seu sonho de reconhecimento e estrelato, que pode ser encontrada em peças famosas como Odeio Hamlet, e filmes conhecidos e tão diferentes entre si quanto Cantando na Chuva e Fama. E até mesmo o programa de TV Ídolos.

De certa forma, Clandestinos retoma para a ficção o que o reality show havia roubado: o retrato do artista quando jovem, sua intensidade emocional e a explosão, em poucos minutos, do esforço da formação, da vivência e da paixão de um ator. Em recente depoimento, o ator Diogo Vilela reiterava que o teatro não é uma imitação da vida, mas matéria-prima feita na hora. Algo dessa força vital acaba de ir para TV.

Clandestinos - O Sonho Começou - Globo - Quinta, às 22h50
Prezadas e Prezados, comentem a notícia a partir de suas próprias impressões sobre a interpretação na TV e as suas experiências na direção de atores.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Tablets e redes sociais terão impacto na forma de assistir TV, aponta estudo

Por Samuel Possebon - TelaViva News - 10/11/2010

A Motorola deve anunciar nos próximos dias os resultados finais de uma pesquisa de hábitos de consumo de mídia realizado em 13 países e que ouviu 7,5 mil pessoas. Nenhum país da América Latina foi incluído no levantamento.

O estudo mostra a importância de dispositivos como tablet PCs no consumo de conteúdos de televisão, em função do engajamento com redes sociais e interação com a programação permitidos por esse tipo de dispositivo.

O levantamento, explicou Liz Davidoff, diretora de marketing senior para as Américas, revelou que os set-tops ainda são parte do processo de assistir TV para 53% dos entrevistados, enquanto quase 25% o fazem por meio de PCs, cerca de 18% usam o laptop e um pouco mais de 10% utilizam consoles de games. O estudo mostrou uma participação pequena de smartphones e tablets no consumo de conteúdos de TV, mas com tendência a um forte crescimento. Segundo o estudo, 20% das pessoas pagariam a mais para terem seu serviço de TV integrado com um tablet, 19% pagariam mais para intergrar com redes sociais e 58% mudariam de operadora se tivessem esses recursos. Isso é mais forte, segundo o levantamento, em mercados emergentes, onde o apelo por redes sociais costuma ser maior. A pesquisa mostrou que 39% das pessoas já usam rede sociais para interagir com outros telespectadores ou comentar programas de TV.

Prezadas e Prezados, comentem a notícia. Afetará também a relação cinema-TV-espectadores?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Prezadas e Prezados, segue a visão própria e bastante interessante de Inácio Araújo sobre o filme de Eduardo Coutinho "Um Dia na Vida". Tal artigo foi dividido em três partes intitulada "O filme-coisa de Coutinho" (referência a própria referência do diretor ao filme). Aqui temos a parte dois e três, que falam especificamente da TV. A primeira parte pode ser conferida aqui, assim como o blog de Inácio Araújo. Ao final, comentem sobre as observações do blogueiro sobre a TV (já que sobre o filme, ao que parece, não terá jeito mesmo!)

Por Inácio Araújo - 02/11/2010

O princípio central em “Um Dia na Vida” é o de não intervenção.

Trata-se de permitir que o mundo se mostre tal qual, sem a interferência do artista.

Existe aí, primeiro, o parti pris de Rossellini. Deixar que o mundo apareça, que a realidade se imponha.

Mas, como em Rossellini, o artista, por menos que interfira, é aquele que seleciona as imagens, monta, significa em última análise.

Eduardo Coutinho procura ampliar um tanto essa idéia. Já estamos então no combate, como ele mesmo definiu, ao artista romântico, ao ser de exceção, ao demiurgo.

“Um Dia na Vida” filma 19 horas de televisão ao longo de um dia. TV aberta. Importante é que se trata de um dia inteiramente comum: sem eventos excepcionais, sem fim de semana, jogos de futebol. É o que a TV nos traz que importa.

Eis aí a “coisa”.

Ela pode ser vista de muitas maneiras.

Mas Jorge Furtado chamou a atenção para algo bem importante durante o debate que aconteceu depois da sessão única.

Os programas de TV aparecem, aqui, deslocados de seu verdadeiro habitat e de sua verdadeira função. Assim como os ready mades de Duchamp, “Um Dia na Vida” é como uma bicicleta colocada num museu. Não é mais uma bicicleta.

A TV, notamos agora, faz barulho todo o tempo. É alta. Ela precisa ser alta porque a maior parte do tempo o espectador nem assiste os programas. Faz outras coisas. O ruído é que lhe faz companhia.

Então, assim como a bicicleta no museu, olhamos (e escutamos) a tudo de outra maneira, à maneira do cinema, não mais da maneira original.

Seria possível dizer, à maneira de Godard, que transformando a TV em imagem Coutinho inseriu realidade nela?

Porque uma coisa que choca, desde que acompanhamos a sucessão de programas, das 6 da manhâ à 1h da madrugada, mais ou menos, é a perfeita irrealidade da televisão.

Ela é imagem da não imagem. Ruído encobrindo as coisas. Coisas disfarçadas de coisas. Parece que ninguém na TV tem o cabelo com que nasceu. Todos são pintados. A imagem da TV não mostra isso. A do cinema, sim. Tudo é falso. Essas pessoas, vistas em pessoa, devem ser assustadoras.

O cinema enche a TV de real. Mas então nos damos conta de que a TV é um mundo de horror. Será verdade? Será essa a verdade? Será esse deslocamento uma injustiça? Eis coisas que Coutinho sequer comenta. Ele apenas mostra.

Algumas são especialmente intrigantes.

Wagner Montes, que faz um programa desses de polícia no Rio de Janeiro, exibe a cena de um rapaz que espanca uma moça, talvez namorada, numa beira de estrada. Ninguém parece se incomodar com o fato. É brutal.

Mas, pensando bem, essa câmera que está lá, fixa, acompanhando toda a cena, quem a colocou ali? Um passante? Passa alguém nesse lugar? E por que não interveio, não impediu o espancamento? Conclusão quase inevitável: eis aí mais um fake. Uma coisa. Não o real, mas uma cena ficcional que se passa por real. Uma mentira. Fora do cinema não se percebe isso. Aceita-se.

A exibição em cinema da TV (a coisa-filme exibe a TV, não programas específicos) mostra o não dito da TV, o que a imagem da TV não revela, porque nos tira do envolvimento em que mergulhamos.

Será que isso aconteceria com qualquer outro meio?

Será que, por exemplo, o mesmo aconteceria com páginas esparsas de um livro?

Outra questão levantada durante o debate diz respeito aos conteúdos da TV.

Primeiro, alguns assuntos são doentiamente recorrentes: o dinheiro, a beleza, o amor.

Existem separadamente, mas ao longo do tempo se associam naturalmente. Com dinheiro se faz tratamento de beleza (plástica, por exemplo), com beleza se consegue o amor.

Como os anúncios foram quase todos excluídos, me parece que o filme deixa de fixar algo bem importante, que é o fato de a TV ser uma máquina de vendas.

Na TV, o programa é o verdadeiro intervalo. O programa verdadeiro é o anúncio, portanto a venda, o consumo, a produção.

(Pleno emprego? Os sentidos podem mudar: o que ontem era alienação hoje parece outra coisa, de repente se torna aceitável, talvez indispensável).

Isso chama outra questão: Coutinho optou por uma montagem horizontal. Ela suprime programas, claro, trechos, ela opta por filmar o canal A e não o B em tal horário. Mas, basicamente, estamos diante de um zapping acrítico, que nada comenta, que em nada intervém.

O artista é também um não artista.

Mas existem inúmeras outras possibilidades. Uma montagem temática.

A religião dos pastores ligando-se ao programa policial.
Ambos são pregadores. Ambos acontecem no transe demiúrgico dos seus apresentadores. O cara do programa policial achando que se matar os criminosos o crime estará erradicado. É a estratégia do exército brasileiro combatendo Canudos, mais ou menos. O pastor achando que precisa tirar o diabo do corpo. Será a mesma coisa?

A inocência do programa culinário pela manhã e os programas de embelezamento da tarde. Parece que a gente engorda de manhã e trata de emagrecer à tarde.

A TV que se debruça sobre si mesma na forma de fofocas sobre os próprios artistas (a vida pessoal, os casamentos e descasamentos).

À tarde, a beleza se confunde com saúde. À noitinha, com a fama.

Existem, enfim, outras formas de interpretar o material.

Todas supõem a intervenção do artista, claro, e Coutinho se recusa a isso.

Cabe a nós fazer essas montagens.

Ou outros filmes.

O filme do zapping, por exemplo: do SBT à Globo, da Globo à Bandeirantes e desta à Record, são mundos diferentes que manejamos, por vezes, são mundos que se oferecem à nossa escolha. O que ser? O que queremos ser? O que podemos ser?

A TV é uma máquina de dizer quem devemos ser.

O fim de “Tio Boomee”: as pessoas hipnotizadas, transportadas para dentro da tela, não importa o que esteja passando, não importa o que acontece ali.

Chega.

“Um Dia na Vida” é um filme-coisa alucinante, notável.

Produz o inesquecível a partir do material mais esquecível do mundo.

Seria possível conversar horas a respeito.

É, sim, Coutinho, estou de acordo com o Eduardo Escorel, é um filme, sim. E um filme raro. Uma coisa.

Este post foi sugestão do Samuel Marotta

terça-feira, 2 de novembro de 2010

No Sofá Preto | Social Media Day POA Não-Linear | Narrativa Transmídia em Redes Sociais

Prezadas e Prezados, participem da experiência e coloquem a sua impressão. Mas não deixem de analisar os aspectos de mudança (ou não) que apontam o video.