segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Segunda tela: da democracia em tempo real ao futebol ao vivo


De Letícia Cordeiro, de Amsterdã - Tela Viva News - IBC2012 - 07/09/12, 17h39

O segundo dia do congresso da IBC2012, um dos maiores eventos mundiais de radiodifusão e telecomunicações que acontece até o dia 11 em Amsterdã, trouxe alguns cases interessantes do uso da segunda tela por radiodifusores. Como explica o co-fundador e diretor geral da francesa virdual.com, François-Xavier Cardon, é importante que os broadcasters parem de mandar sua audiência para redes sociais como o Twitter e o Facebook. “A tela premium é a da TV e para manter a audiência engajada com a TV é preciso uma segunda tela que funcione com interatividade e imersão, e não de forma independente”.

Aqui na Holanda, por exemplo, a segunda tela está sendo usada para acompanhar os debates ao vivo dos partidos que lutam para assumir o governo nas eleições gerais que acontecerão ainda no mês de setembro após a renúncia do então primeiro-ministro Mark Rutte, em abril deste ano.
Desenvolvido pela holandesa ExMachina, empresa com know-how em multiplayer games e social media, o “Realtime Democracy” permite medir o ‘sentimento’ em tempo real dos eleitores que acompanham o debate ao vivo, com enquetes sobre quem deve ter a última palavra, quem venceu o debate, permite compartilhamento em redes sociais e ainda faz análises dos dados coletados para divulgação de gráficos e relatórios.

“Conseguimos 120 mil pessoas usando a second screen simultaneamente durante os debates, o que é um número muito significativo em um país pequeno como a Holanda”, diz o CEO da ExMachina, Jeroen Elfferich. “Agora estamos à procura de parceiros que nos ajudem a aperfeiçoar o sistema, não permitindo, por exemplo, que uma pessoa vote mais de uma vez”, complementa.

Reality show
Na Alemanha, uma parceria entre a FremantleMedia e a Talents Media deu origem a uma interação interessante de segunda tela para o reality show Germany's Got Talent. A Talents desenvolveu uma plataforma de social TV contest, onde as pessoas se  candidatam, através do envio de comentários em vídeo, para concorrer à vaga de ‘sidekick’, uma espécie de jurado auxiliar que passa a fazer parte do programa. “As marcas querem novos modelos de engajamento de marketing e nosso objetivo é começar a trabalhar modelos de monetização da plataforma de social TV contest”, conta Dick Rempt, CEO da Talents. Segundo ele, a partir do próximo ano a interatividade com o reality show da FremantleMedia será integrada com publicidade.

Futebol
Já a Heineken aproveitou a condição de patrocinadora oficial da UEFA Champions League para promover um jogo com usuários do Reino Unido durante as transmissões ao vivo das partidas. “O público-alvo era a audiência de 72% das pessoas que assistem ao campeonato em casa e, de maneira geral, sozinhas, e ainda que não torcessem para um dos times que estivesse jogando a partida transmitida”, conta o diretor executivo de desenvolvimento criativo da AKQA, Andy Hood. Toda a ação do aplicativo de interatividade era ditada pelos acontecimentos da partida em andamento. Por exemplo, se era marcado um pênalti, o usuário deveria acertar o canto do gol em que o jogador de futebol chutaria a bola; ou mesmo antecipando um gol que achasse que estivesse perto de acontecer em 30 segundos. Além dos lances da partida, havia também enquetes sobre os times em questão. Cada acerto creditava pontos para o usuário, que competia com os demais telespectadores. “Conseguimos um média de 70 minutos de engajamento por partida, o que é muito. Isso mostra o poder da segunda tela”, conclui Hood.

Prezadas e Prezados, especulem as consequencias para a produção audiovisual e o desenvolvimento do seu trabalho.

18 comentários:

  1. Acredito que para nós, produtores de audiovisual, o campo na publicidade ficará ainda maior, mas exigirá criatividade para chamar a atenção, prendendo o vítima da segunda tela às duas. Agora, como foi citado uma partida de futebol, por exemplo, creio que não ampliará o nosso mercado. O conteúdo da segunda tela será o mesmo que o da tela principal. Portanto, talvez possa aumentar a demanda por técnicos em informação, programadores e operadores do programa interativo, mas não de produtores/criadores de conteúdo audiovisual.

    Fiquei pensando em uma questão - se alguém puder me ajudar, por gentileza...

    Porque assistir à tela principal/original se tudo aparecerá também na segunda tela,com milhares de possibilidades de interatividade?

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  2. Bia Portugal (Fabiana)16 de outubro de 2012 às 11:45

    Espectadoramente falando, isso é uma bobagem... cada vez que inventam algo "novo" uma multidão se mata para ter e participar de alguma forma... Se perceber no bombardeio de informações que nos fazem vegetar em meio a elas sem ter tempo hábil para processar e pensar essas informações...

    Já profissionalmente falando, isso é ótimo... ainda bem que tem públicos diferenciados para a gama de possibilidades no campo audiovisual. As produções crescerão cada vez mais... pois, como temos visto, somos seres audiovisuais. Teremos profissionais para a produção da tela principal, para a segunda tela e para as tantas outras possibilidades que poderão surgir...

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  3. Penso que a segunda tela será mais um produto voltado para a publicidade, mais uma forma de influenciar o espectador a consumir o que ele não precisa.
    Tirando isso, ela também será um meio para vincular produções audiovisuais, o que exigirá de nós, estudantes e profissionais da área, uma maior atenção e especialização nesse novo meio midiático. A indústria necessitará não só de técnicos como também de pessoas que pensem produtos para a segunda tela e é ai que nos encaixamos. A segunda tela será mais uma área a ser pensada por nós.

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  4. Essa questão já foi anteriormente discutida em sala e também aqui no blog, com o aplicativo KlugTV.
    Esses aplicativos de segunda tela representam uma possibilidade de maior interação entre pessoas da publicidade e pessoas que fazem Audiovisual... entre pessoas da Comunicação no geral.
    Penso que as possibilidades de se lucrar financeiramente com o audiovisual aumentam com isso. Cabe a cada um dizer se isso é bom ou não.

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  5. Essa possibilidade cria uma sensação de interatividade, que mesmo com o conteúdo limitado, o simples ato de escolher para onde olhar pode melhorar essa comunicação, seja ela por video conferencia, ou TV, esporte e até mesmo trabalho...

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  6. Como disse a Thais, esse assunto já foi discutido no tópico do KlugTV.
    A minha opinião continua sendo a mesma, de que quem trabalha com audiovisual terá, juntamente com a parte de publicidade, uma área nova para ingressar, sobretudo se se interessar pela parte de design.

    Contudo, essa postagem traz uma discussão que ainda não havíamos pensado, sobre o uso da segunda tela para coisas mais sérias, como participação política e não somente diversão. Essa “utilidade social” pode ser o ponto para “converter” as pessoas que acreditam que segunda tela seja apenas mais uma bobagem.

    Outro aspecto importante a ser observado é que é preciso atenção da parte da pessoa que programa o funcionamento da segunda tela para que a mesma não ocupe a total atenção do espectador e não “funcione de forma independente”, como disse François-Xavier Cardon. Pois assim, ela não estaria cumprindo sua função, que é interagir com o espectador e não desviá-lo do programa assistido.

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  7. Vou concordar com a Bia... como espectadora, é uma grande bobagem. Na minha opinião é apenas mais um aplicativo pra tornar as pessoas viciadas. Se vc tem tv em casa, vai comprar uma segunda tela so pra interagir com ela? As pessoas cada vez mais interagem com eletronicos e esquecem das pessoas reais. Deixo bem claro que falo de mim, nada contra quem gosta. Mas olhando pelo lado financeiro, quanto mais coisas diferentes inventam, mais lucram. Para a produção audiovisual acredito que funcione, já que irá prender os telespectadores...

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  8. A proposta de segunda tela já foi mencionada em sala de aula e junto a esse debate foi apresentado os pontos positivos e contraditórios. A segunda tela vista negativamente se enquadra na questão de poluição da imagem (obra) e dispersão da atenção do espectador. Já no ponto positivo se enquadra no assunto de comunicação e interação instantânea com o veículo. Na minha opinião, como o tempo é curto para muita coisa a ser feita acredito que seja uma nova mídia para nos ajudar, ou não?

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  9. Bem, o capitalismo é selvagem não interessa o que a natureza humana ou a natureza no sentido puro da palavra, está gritando para pararem de jogar lixo em cima dela.

    Mas, pela nossa profissão isso é de uma maneira aproveitosa, para que possamos criar ou recriar algo que já está surgindo para o nossos interesses.

    E até podemos alertar a sociedade. Que estamos poluindo o nosso meio ambiente com esse consumo desenfreado que vivemos. E prejudicamos a nós mesmo.

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  10. Esse post parece com um outro que tambem falava sobre essa segunda tela não? Enfim, como muitos, tambem acho que essa medida é muito mais uma questão de marketing do que de interação (que tambem acontece, apesar de, pra mim, ser muito complicada) e é onde o mercado vai crescer e aproveitar

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  11. Concordo com a Laura quando levanta a questão de a segunda tela ser usada para coisas mais sérias, como na política. Ou seja, a segunta tela já é uma realidade para nós. E assim como os vários meios de comunicação pode ser usada para o bem ou para o mal. Não concordo plenamente com a Bia e Fernanda, que dizem que a segunda tela seja uma bobagem. Pra nós que não estamos aconstumados com ela pode até
    parecer bobagem, mas a nova geração de telespectadores com certeza não pensarão vão achar isso. Antigamente, quando lançou o telefone celular, quem não tinha um, achava que era uma bobagem, coisa da moda. Hoje em dia se estranha se uma pessoa não tem celular. Acho que vai acontecer o mesmo com a segunda tela. Tudo no começo causa uma certa estranhesa, mas é só uma questão de costume.

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  12. A concretização da segunda tela será importante para abrir o mercado audiovisual. Produzir material interativo é caro e complexo, o que aumenta a empregabilidade e gera novas funções dentro do mercado de trabalho.

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  13. A criação e lançamento dessa segunda tela, poderá fazer com que o mercado de trabalho aumente e gere novas funções como Felipe disse, e com isso o mercado do Audiovisual também pode aumentar.

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  14. Acredito que esta segunda tela vem prencher a demanda de uma nova geração que ja tem condiçoes e o habito de assimilar varias informaçoes ao mesmo tempo. Isso aumenta também o trabalho para programas de interação e trabalhos de audivisual interativos.

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  15. Débora Magalhães Rocha19 de novembro de 2012 às 14:38

    Acredito que a Televisão é feita para o público. Mas a troca Tv e público nunca foi tão fácil e intensa como a segunda tela proporciona apesar de ter suas limitações. Além de proporcionar novos empregos como dito acima,novos caminhos para profissionais do audiovisual. Mais interessante ainda quando usados para debates de assuntos como a política por exemplo.Claro que é uma estratégia para o consumismo não podemos negar, mas tem muitas vantagens também, acredito nisso.

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  16. A segunda tela possui seu s prós e contras, ela pode auxiliar na transmissão do conteúdo realizada pela primeira, ou até passar informações mais profundas do que aquela veículada na tela principal, ou pode dispersar a atenção do espectador. Independente da opinião de cada um, a segunda tela ja é um fato, pessoas assistem a a TV com outros dipositivos móveis em mãos, se isso ja é fato, ai esta um mercado a se explorar.

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  17. Ontem ao assistir o jogo atlético e cruzeiro, vi com um primo de 13 anos que estava assistindo o jogo com uma segunda tela. No caso a segunda tela era seu notebook, e a cada lance e cada gol o garoto(de apenas 13 anos) corria para seu notebook e postava comentarios no twitter e no facebook. Como espectador também não gosto destas coisas. Mas é fato que funciona. A segunda tela será sem dúvida um meio de publicidade, nem que seja para aumentar o valor de mercado da marca. Mas aos poucos creio que funcionará sim. Atualmente as smarths Tvs já vem com internet integrada. Talvez uma boa jogada de marketing seja trocar o controle da televisão por um tablet, assim forçaria de inicio o uso da segunda tela e com o tempo as pessoas se acostumariam com ela.

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  18. Rafael Ferreira - 310275043 de dezembro de 2012 às 17:56

    O problema disso tudo são varias informações ao mesmo tempo, mesmo assim um novo método de interação com o usuário que sempre gosta de está participando. Creio que poderá ser uma inovação, pois estas interações lembram muito video games, já que os games tem um mercado muito lucrativo que até supera ao cinema. Com isso mostra que os usuários gostam de interação.

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