segunda-feira, 8 de março de 2010

Pré-conferência do Audiovisual define cinco propostas

Da Redação do Tela Viva - Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 2010, 18h32

Cinco propostas foram aprovadas na Pré-conferência Setorial do Audiovisual, que serão apresentadas na II Conferência Nacional de Cultura, a ser realizada de 11 a 14 de março, em Brasília, sob o tema Cultura, Diversidade, Cidadania e Desenvolvimento. Segundo nota da Secretaria do audiovisual do Ministério da Cultura, foram apresentadas mais de 160 apresentadas na pré-conferência, que contou as presenças do secretário do Audiovisual, Silvio Da-Rin, do presidente da Ancine, Manoel Rangel, e do coordenador da pré-conferência, James Görgen. Além das cinco apontadas pelo setor audiovisual a Conferência Nacional de Cultura receberá outras 90 propostas, encaminhadas pelas demais 18 pré-conferências dos diversos segmentos culturais.

O setor audiovisual definiu como propostas:

* Produção Simbólica e Diversidade Cultural - Estabelecer ações que viabilizem a parceria entre a produção independente e regional do audiovisual brasileiro, e a televisão aberta, pública e privada, e a TV por assinatura. A proposta também prevê o cumprimento ao Artigo 221 da Constituição, que diz que a televisão aberta deve respeitar patamares mínimos de conteúdos regionais e de produções independentes.

* Cultura, Cidade e Cidadania - A proposta prevê a implementação e consolidação de políticas públicas para o campo da preservação audiovisual de modo a criar e modernizar cinematecas estaduais e municipais, polos de restauração audiovisuais regionais e fortalecer instituições públicas.

* Cultura e Desenvolvimento Sustentável - Ampliar as redes de distribuição e acesso, mediante a expansão, descentralização e a diversificação do parque exibidor nacional, por meio de programas de construção, implantação, modernização e digitalização de salas de exibição em direção a pequenas e médias cidades e periferia das grandes cidades com baixa concentração de salas de cinema.

* Cultura e Economia Criativa - A proposta se refere ao desenvolvimento sustentável e econômico voltado a formação de conteúdos audiovisuais por meio da criação de polos regionais que contemplem o Plano Nacional de Banda Larga. O texto pede a formulação e implementação de uma Política Nacional de Conteúdos Digitais integrando e estimulando as cadeias produtivas dos setores do audiovisual - Cinema e TV, Animação, Jogos Eletrônicos, Música e Virtualização.

* Gestão e Institucionalidade da Cultura - Criar, fortalecer e articular uma rede de instituições públicas (universidades, museus de imagem e som, sistemas estaduais e municipais de fomento e instâncias de participação social, dentre outras), para atuar em parceria com os órgãos gestores da política nacional do audiovisual, mobilizando a sociedade e o Congresso Nacional para a aprovação da PEC 150/2003, do PL do Sistema Nacional de Cultura e do Plano Nacional de Cultura.
Prezados e Prezadas, dêem sua opinião.

9 comentários:

  1. Há várias idéias propostas nessa conferência. As propostas para o setor Audiovisual são bastante interessantes e ousadas. O único problema é ver essas propostas saírem do papel. Levá-las a uma conferência e apresentá-las já é um grande avanço, mas há necessidade de colocá-las em prática, o que é o mais difícil.
    Acredito que todas as propostas sejam necessidades básicas do audiovisual brasileiro. Mas há pedras bem grandes no caminho dessas propostas, e a maior (acredito eu) é o poder de influência das grandes redes. Outro problema é a questão financeira, que relacionei à proposta 3: "(...)implantação, modernização e digitalização de salas de exibição em direção a pequenas e médias cidades e periferia das grandes cidades com baixa concentração de salas de cinema.". Temos que ter a participação e apoio popular, mas infelizmente dependemos muito (ou quase por completo) da política, que tem o poder da aprovação dessas propostas e da liberação de verba para torná-las realidade. Posso até estar com uma visão bastante pessimista, mas o sistema vai demorar a mudar. (minha opinião)

    Ludmila (aluna do curso de Cinema e Audiovisual / Turno noite / Disciplina: Produção e Roteiro para Rádio e TV)

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  2. Concordo plenamente com a colega. É claro que é ótimo ver discussões acerca do melhoramento das condições de produção e distribuição do audiovias no Brasil. Esperando que, com o aumento delas, as condições realmente melhorem e as regras passem a ser mais respeitadas...
    O que vemos hoje, tristemente, não é bem assim... Mas sim arbitrariedades no sistema, grandes grupos privados e políticos controlando os meios midiáticos a seu bel prazer, lei da dupla sensura, massacre dos independentes e outras barbaridades mais...

    Vamos esperar pra ver e, principalmente, sentir as mudanças... E que elas venham!! \o/

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  3. Assim como a Ludmila falou as propostas são muito interessantes, o difícil são elas saírem do papel.
    Mas é um grande avanço para as produções nacionais ganharem mais força, se desprendendo um pouco dos grandes pólos produtores. É preciso que iniciativas assim sejam ampliadas para fortalecer a verdadeira identidade do cinema e das produções independentes no país, e que assim possibilitem apresentar a verdadeira cara da cultura nacional.

    Artur Andrade Gomes Moura

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  4. Acredito que o caminho é esse. Iniciativas como essa são interessantes, mas não podem parar por aí. Se existe uma legislação que visa proteger e garantir a produção independente, temos que viabilizar que isso aconteça. A produção nacional vem ganhando força, mas não encontra saída para a distribuição, o gargalo de todo processo. Então, por que não incluir a TV nesse círculo? Temos que começar a cobrar mais esse tipo de projeto, acompanhar e buscar melhorá-lo. Só que estudantes de cinema acambam rejeitando a Televisão, acham que cinema e mídia eletrônica são coisas distintas. Na verdade elas se complementam demais e esse casamento pode resultar em empregos para muitos que anseiam por um espaço no universo das produções audiovisuais.

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  5. Marcília Gonçalves - PP Noite23 de março de 2010 às 18:30

    As propostas são muito boas, mas como a maioria das coisas no Brasil, essas propostas devem ficar mais uns 5 anos para que sejam colocadas em pratica, se é que serão colocadas. No entanto, a produção audiovisual cresce cada dia mais e o melhor com tecnologias avançadas e varias produções independentes que expressam cada vez a cultura nacional.

    Marcília Gonçalves

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  6. É sempre bom ver que tem gente com interesse em melhorar a produção do audiovisual no Brasil, o problema é que na hora de apresentar as propostas e colocar em pratica, vamos sempre esbarrar nos interesses particulares das grandes empresas e políticos que para elas não seriam um bom negocio aprovar uma nova proposta. Concordo com o que o Bruno disse, temos que cobrar mais e buscar nossos direitos.
    Essas propostas apresentadas na 2ª conferência já mostra um grande avanço, o problema agora é colocar pra funcionar o que deve levar mais uns 5 a 6 anos se não for arquivada ou esquecida.

    DANIEL LUGÃO (cinema - 5º - Noite)

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  7. Marta -Cinema-5o. período24 de março de 2010 às 21:06

    Mesmo que seja só um começo e que as propostas provavelmente não possam ser todas efetivadas como disseram alguns colegas em seus comentários, é fundamental essa iniciativa de mobilização em torno de uma discussão tão fundamental. Posso estar muito mal informada, mas acho que até agora, principalmente até a gestão do atual governo, não se costumava falar de cultura e políticas públicas para este setor de maneira mais séria e constante. Acho que os estudiosos e interessados na situação da produção cultural do país sabiam dos problemas, até pensavam em soluções, mas não se falava disso claramente e de forma tão organizada. As propostas para o setor audiovisual me pareceram bastante interessantes e abrangentes, a começar daquela que pretende cobrar o cumprimento do artigo 221 da Constituição. Cabe a nós,enquanto estudantes de audiovisual e cinema e enquanto cidadãos interessados nos destinos da produção cultural do país nos dispormos, no que nos for possível fazer a não deixar que as propostas e nem a discussão "sejam arquivadas".

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  8. rezando para que o lobby não impere, nem o engessamento cerebral de quem vai julgar o que é uma boa proposta que merece investimento, será ótimo ver esse processo em evolução.

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  9. Como foi falado por muitos acima, é de extrema importância para nos que trabalhamos com audiovisual que propostas como essas sejam feitas e principalmente executadas.
    Acredito que todos nos queremos consumir produtos de boa qualidade , dotados de uma diversidade de informações, exibir os nossos e além de tudo incentivo para que as nossas propostas e as desenvolvidas a partir desse novo plano sejam efetuadas.

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