quarta-feira, 9 de maio de 2012

O segundo salto

Por André Mermelstein e Ana Carolina Barbosa - Revista Tela Viva - Ed.222 - dez/2011

A O2, uma das maiores produtoras nacionais de publicidade, cinema e televisão, chega aos 20 anos bem posicionada. Seus diretores, a começar pelo sócio Fernando Meirelles, são reconhecidos internacionalmente. A empresa mantém uma parceria exclusiva para a produção em tv aberta com a Globo e prepara-se agora para a explosão da produção para a tv paga, com a Lei 12.485. Para os diretores e sócios Fernando Meirelles e Andrea Barata Ribeiro (a empresa ainda tem como sócio o diretor Paulo Morelli), o mercado prepara-se agora para dar sua segunda mudança de patamar desde que a empresa surgiu, em 1991. O primeiro foi com a retomada do cinema, que permitiu o surgimento de uma geração de realizadores. O segundo, acreditam, se dará com a abertura da tv paga às produções nacionais. Eles receberam tela viva para esta entrevista na sede da produtora na Vila Leopoldina, em São Paulo, que está passando por uma grande reforma, projeto da arquiteta Cristina Xavier. Eles falam sobre os novos projetos da casa, mas também dão sua visão sobre o mercado de conteúdos e publicidade, as mídias digitais e o momento promissor da produção nacional.

(...)
Tela viva - Além dos trabalhos desenvolvidos internamente, vocês recebem muitos projetos de fora. Como é esse fluxo?  



Fernando - Não tem muito padrão, a cada período a gente vai respondendo à demanda, interna ou externa, de um jeito. Agora por exemplo a gente recebeu a visita de algumas televisões, até de fora, porque agora eles têm que produzir um monte (por conta da Lei 12.485). Todos querem projetos para as grades. Então fizemos uma reunião com o pessoal da casa, explicando o que cada tv quer, e pedindo projetos para isso. Já temos 18 projetos na mão, só do pessoal da casa.  

Andrea - Tem outra forma também, que acontece no dia-a-dia. Todo o projeto de terceiros que entra na casa passa por uma triagem, uma ou duas pessoas leem, eu leio... Acontece de vir um projeto de fora e a gente abraçar, como foi o “Lixo Extraordinário” (documentário de Lucy Walker). Uma série que estou desenvolvendo para a hbo veio assim também, de fora.

Quais os principais projetos atuais?
Fernando - Estamos fazendo o “Toca dos Leões”, sobre o sequestro do Washington (Olivetto), que é um filme de gênero. A O2 faz muitos filmes bons, que vão pra festivais, Cannes, Sundance, como “À Deriva” (de Heitor Dhalia), mas que não fazem um público enorme no Brasil. Têm prestígio, acabamento. Agora a gente, nos últimos meses, está começando a focar também, sem fazer comédia apelativa só pra ganhar dinheiro, em juntar as coisas (qualidade e público). Vamos fazer filme de gênero, mas bom. Estamos com esse projeto (“Toca”) que é bom, não é “bateção de carteira”, e outro projeto que é “O Elo”, um policial, meio suspense, com fantasmas, mas uma história interessante, com bom acabamento, tipo um “Sexto Sentido” (de M. Night Shyamalan). Essa atitude é nova pra gente. Sempre íamos pro filme “cabeça”, mais autoral. Agora estamos assumindo fazer filmes “para o mercado”, mas bons.

Mas vocês têm filmes com boas bilheterias também...  
Andrea - Sim, tivemos casos como “Cidade de Deus”, “Ensaio sobre a Cegueira”, “Viva-voz”. Mas faz tempo que a gente não emplaca um milhão (de espectadores), um milhão e meio... Todos têm muito prestígio. Atualmente temos dez projetos em andamento na casa, de longa-metragem. Não é verdade que a gente nunca tenha pensado no público. Eu não paro de pensar no público nem um minuto.

Produzir para a televisão não traz mais esse tipo de visão, pensar mais na audiência?  
Andrea - O que nos faz pensar no público, principalmente, é que fazer cinema é um esforço gigantesco. Você passa cinco anos trabalhando num projeto, e no primeiro final de semana (de exibição) o destino destes cinco anos de insônia, de trabalho, está definido. Se vai bem, tudo bem,

E daqui para a frente, como será este equilíbrio?  
Andrea - Surpreendentemente, a tv aberta ainda é a mídia que mais cresce no Brasil, então a publicidade fica muito forte também. Ainda temos muitos anos pela frente com o formato de 30 segundos. É claro que a publicidade está tentando se apropriar também dessas novas possíveis mídias, cinema, web, estão procurando isso.  
Fernando - Mas agora também a classe C começa a ter mais acesso ao cabo, não tem jeito. A tv aberta nunca mais vai voltar a ter as audiências que tinha no passado. Muito cliente hoje está nos pedindo programas patrocinados, como era no passado, no início da tv. Isso está bombando.

Que projeto é esse com a HBO?
Andrea - Chama-se “Destino sp”, sobre imigrantes e migrantes na cidade. É uma série de ficção que vai abordar seis comunidades em São Paulo.  
Fernando - São histórias curiosas, cada episódio é cuidado por um núcleo dramático diferente: coreanos, bolivianos, judeus, chineses, nigerianos e argentinos. O coreano por exemplo é a história de um senhor idoso que está para morrer e no país natal ele comia cachorro, então quer comer novamente antes de morrer.

E o casting, é feito nas comunidades?  
Andrea - Sim, já estamos fazendo, já achamos vários atores. Quer dizer, não são atores treinados, estamos escolhendo para capacitar.  
Fernando - Isso que é bacana, você pega um grupo de pessoas que nunca atuou e dali saem 30 pessoas que podem acabar virando atores, como fizemos em “Cidade de Deus”.

Prezadas e Prezados, dêem sua opinião sobre as questões levantadas pelos maiores e melhores produtores do Brasil (obviamente do meu humilde ponto de vista, é claro!). Infelizmente, não pude copiar toda a entrevista, mas ela está aqui para os mais interessados.


24 comentários:

  1. Bom, quando eu leio uma entrevista como essa a única coisa que me passa pela cabeça é: "Meu Deus, eu quero trabalhar com eles!" É como eu já disse no post passado, o Brasil está entrando em uma fase que tem quase tudo a seu favor para avançar significativamente no audiovisual, não apenas cinematográfico, como também da TV, fechada e aberta. Acho ótima a iniciativa da lei, como também acho maravilhoso saber que uma produtora tão importante e capaz como a O2 está se comprometendo a fazer produtos para TV, aumentando e segurando o alto nível de qualidade dos programas a serem produzidos e exibidos na televisão. Sem contar também, que é uma ótima oportunidade para gerar ainda mais emprego na nossa área!

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  2. É bacana ver essa produção do cinema, da série de tv e da publicidade vir de uma mesma produtora. Eles conseguem pegar o que há de bom em um o que é bom em outro e fazer um audiovisual com qualidade. O Brasil tem potencial, tem mão de obra para isso, só não tínhamos espaço para divulgação. No art. 2º - III do Cap. I da Lei 12.485 é que está "a salvação" (risos): b) veicular majoritariamente, no horário nobre, conteúdos audiovisuais brasileiros que constituam espaço qualificado, sendo metade desses conteúdos produzidos por produtora brasileira independente; (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12485.htm)
    Temos a possibilidade não só de produzir internamente, mas também para fora, e o que é melhor, dá direito às produtoras independentes de terem voz. O Brasil ganha uma visibilidade enorme no campo audiovisual. Isso não inclui somente os campos da comunicação, mas todos que também participam do processo... artes cênicas, moda, jurídico... Amplia as possibilidades de se trabalhar nessa área. Pode ir para tv, pode ir para o cinema, pode ir para a publicidade.... Temos que saber aproveitar as oportunidades que estão sendo oferecidas, com ideias boas, talento e técnica...

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  3. Gabriella Pertence9 de maio de 2012 às 09:35

    Apesar de serem produtores consagrados, é muito bacana perceber que tanto Fernando Meireles quanto Andrea Barata Ribeiro ainda se preocupam com a qualidade, o conteúdo real e o acabamento de suas produções, não somente com a audiência e a resposta do público. Mesmo após tantos anos nesse mercado, não trabalham no "piloto automático". Louvável também é a iniciativa de captar novos talentos nas comunidades, dando oportunidade para muita gente. Bom, como a Lei 12.485, fica claro que a O2 terá muitas produções pela frente, tanto nacional quanto internacional, ainda mais contando com a genialidade de seus produtores.

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  4. Emerson Ramalho Cabral12 de maio de 2012 às 15:00

    Acho que a abertura para as produções nacionais promovida pela lei é algo extremamente positivo. Acho ainda que filmes de qualidade, como os que geralmente são realizados pelos produtores entrevistados podem e devem inundar a TV paga. Apesar de tantos aspectos positivos, tenho uma preocupação em relação à possível monopolização desas produções. Será que tudo não continuará mais ou menos como está? Melhor dizendo, nas mãos de alguns poucos? Será que pequenos produtores e produtoras terão espaço? Querem que eu responda?

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  5. Luciano Crisostomo do Nascimento16 de maio de 2012 às 17:07

    Aumentar a produção e a circulação de conteúdo audiovisual brasileiro, diversificado e de qualidade, gera emprego, renda, e o fortalecimento da cultura nacional. A obrigação de veiculação de conteúdo nacional de filmes, séries, documentários, animação será cada vez maior e consequentemente todos os profissionais do audiovisual se beneficiam com isso com certeza e o interessante é que cada canal da TV paga poderá escolher livremente que obras brasileiras veicular, de acordo com seu perfil de programação, e em que horário irá veiculá-las, desde que seja dentro do horário nobre, e isso será muito bom para o Brasil, e não ficaremos "alienados" somente com as grandes produções de hollywood.

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  6. Suspeito para falar já que Fernando Meirelles é meu grande ídolo do cinema dentro do Brasil e alguém em quem me espelho. Essa é uma iniciativa muito boa muitos aspectos, mas é fácil enxergar os mais importantes pontos. Com a crescente audiência que a tv fechada vem alcançando nos dias de hoje, é muito importante para o Brasil produzir mais conteúdo de qualidade para a tv aberta, por mais que a audiência da aberta nunca volte a ser como era antes, ela ainda é a tv mais assistida do país, isso mostra então, uma preocupação por parte dos produtores em manter esse público fiel a tv aberta. Outro ponto importante é o fato de capacitarem pessoas comuns como atores dessas obras, o que diversifica os profissionais da atuação no Brasil e faz com que não sejamos obrigados a ver sempre as mesmas pessoas que vemos nas novelas, atuando nas séries, nos filmes e nos demais programas televisivos. Cria uma "vontade" maior do espectador assistir o produto para conhecer o ator.

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  7. São pessoas que já estão a algum tempo no mercado e experimentando de acordo com a demanda que recebem. As produções de televisão mais uma vez se aproximam das técnicas e estética do cinema enquanto o Brasil ganha mais reconhecimento internacional por conta de seus bons filmes e diretores. Meirelles é um diretor muito valioso para o Brasil. Importa-se muito dos gringos em termos de produção.

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  8. O interessante na notícia foi a resposta de Fernando Meirelles sobre o novo enfoque da sua produtora, no sentido de que "agora estão assumindo fazer filmes, para o mercado, mas bons". Ora, claro que não havia nenhuma limitação quanto a isso a não ser o fato de que, anteriormente, não era lucrativo, produzir filmes para a tv, pois para as emissoras pagas era mais fácil e barato comprarem os filmes estrangeiros. O fato é que com a determinação da Lei de uma cota obrigatória de produtos nacionais na grade de programação das tvs pagas, bem como de ser o público dessas tvs muito mais exigente na busca de qualidade de conteúdo e técnica, as produtoras vislumbraram o futuro próspero dos produtos televisivos nacionais e vão entrar com força nesse mercado e terão que fazer filmes de qualidade. Estas mudanças de pensamento e de produção, como estão acontecendo na O2 são aquelas mudanças impostas pela nova fase que estamos entrando na TV paga brasileira, mas tudo em virtude da nova Lei e dos benefícios financeiros que ela vai trazer para o mercado de produtos televisivos nacionais.

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  9. Arivaldo(Diego Oliveira\ator)25 de maio de 2012 às 18:26

    Achei muito bom o Fernando Meirelles falar em pesquisa de campo. Os produtores de cinema e audiovisual do Brasil estão se preocupando mais com seu público. Esse é o caminho para os grandes sucessos de bilheteria: decidir seu público e trabalhar por ele. Precisamos saber o que o povo quer, e investir para que as pessoas comprem nossas ideias. Para isso, mais uma vez, eu chamo a atenção para os roteiros e para a profissionalização nesta área. Temos que estudar Eisenstein, Bresson, Tarkovsky e tantos outros mestres. Esses caras sabiam o que queriam, e souberam mostrar isso em seus filmes. Fernando Meirelles está indo pelo viés dos bons cineastas e é um orgulho para nosso país.

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  10. Assim como a tv aberta a O2 tambem esta desmenbrando esse novo formato de mercado e de producao. A O2 ja nos da sinal q mudara seu foco de producoes. Mais mercado e bilhetria e menos trabalhos autorais.
    De uma coisa tenho certeza e penso q Meirelles e Andrea tb ja enxergaram o futuro de suas novas producoes: tv e internet estao reformatando a forma de de produzir conteudo e a partir deste conteudo novos produtos deverao ser criados em formato transmidia.
    Alexandre C. Mota

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  11. Todos estão se adaptando a esta nova fase da Tv Brasileira, além das muitas oportunidades que estão surgindo com o mercado estrangeiro. Ainda acho necessário investir no mercado interno, em boas produções tanto para Tv aberta, quanto para fechada, quanto para o cinema e outras áreas. Só penso que este investimento em boas obras não deve ocorrer em torno de uma nova lei, mas sim que parta da iniciativa das pessoas que produzem, buscando criar um conteúdo com mais qualidade e que proporcione crescimento não só pessoal, mas também algo que acrescente a população.

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  12. Por esse trecho de entrevista, achei muito bom essas questões com pessoas que estão no mercado atualmente. Gostei principalmente da mudança de público que eles estão dispostos a fazer. Claro que nós queremos fazer sempre filmes "cabeças" como disse o Fernando, mas fazer trabalhos para atender uma demanda maior de espectadores deve ser maravilhoso.
    A Tv brasileira está passando por uma reformulação, uma reformulação que acredito ser boa para os brasileiros. Ainda vindo com a interatividade do Ginga, vai fazer com que programas, filmes, seriados e demais sejam interativos. Isso que vimos, são os grandes cabeças entrando também na onda do popular.

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  13. Rafael Felício 3102750419 de junho de 2012 às 14:52

    Essa lei vai vim a calhar, e com muitos produtos brasileiros exibidos na nossa Tv, com isso os próprios brasileiros acabem com o preconceito que tem sobre os filmes e outros projetos audiovisuais produzidos aqui no Brasil.
    E também ótimo para as produtoras independentes que teram mais demanda e estimulo de fazer cinema no Brasil.

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  14. Todos nós ficamos felizes com essa lei que sem dúvidas expande o mercado audiovisual e querendo ou não, com aumento de demanda, aumenta os empregos, mas como o Emerson colocou, será que não surge aí um monopólio?
    Outro ponto que achei muito interessante e que sinto falta até mesmo no meio academico, é essa divisão entre filme autoral e um filme comercial bom, não é porque o filme é comercial que ele tem que ser ruim ou vá deixar de ser autoral. Eu percebo que as pessoas ainda tem a visão de que um filme ou é autoral ou é comercial e que o comercial não presta.

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  15. Elizangela do Carmo S Silva - Aluna UNA21 de junho de 2012 às 18:14

    Bom é bem vindo uma lei que abre mais trabalhos para nós brasileiros. Mas onde fala mais da lei na sua íntegra? fiquei confusa, na reportagem, não tenho muito o que opinar. Dou parabéns para a produtora a qual esta recebendo trabalhos de fora e reconhecimentos lá fora também.

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  16. “Mas agora também a classe C começa a ter mais acesso ao cabo, não tem jeito. A tv aberta nunca mais vai voltar a ter as audiências que tinha no passado. Muito cliente hoje está nos pedindo programas patrocinados, como era no passado, no início da tv. Isso está bombando”. Desconfio de afirmações do tipo: é o fim do livro, é o fim da película, é o fim da audiência da TV aberta! No entanto, é relevante a citação de Fernando Meirelles sobre a classe C. Ainda é muito presente a ideia de a classe C não é um público consumidor de certos filmes e seriados. A mudança deste ponto de vista tem ocorrido há um ou dois anos no máximo. Realmente o advento da Lei 12.485 sem provocando mudanças também dos discursos afinal não é qualquer dia que uma “casa produtora” fecha uma parceria direta com a Rede Globo.

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  17. Essa lei é de grande importância para todos nós, pois concerteza
    aumentando a demanda de serviços audio-visuais, aumetará também as oportunidades
    de emprego. Além de serem grandes produtores, é muito interessante ver que tanto Fernando Meireles
    quanto Andrea Barata Ribeiro se preocupam com a qualidade e conteudo de suas produções.

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  18. É de grande ajuda essa nova lei de produções nacionais em canais fechados. Com uma maior demanda, mais profissionais precisarão de ser selecionados para produção. O que é ótimo para o mercado em geral!

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  19. o problema desta lei é que pode centralizar nas grandes produtoras como a O2, que pesca essa producao que provavelmente era para ser direcionada a pequenos e locais produtoras.

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  20. Essa lei realmente vai nos ajudar e muito, mas, como comentário acima do Ricardo, as produtoras que iram aparecer primeiro serão as grandes como a O2, acredito que para nos beneficiarmos dela vamos precisar ou nos afiliar as grandes ou então desenvolver um trabalho muito bom que ganhará maior destaque.

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  21. Reitero que a lei vai nos ajudar ainda mais a entrar no mercado de trabalho audiovisual. Mas existe um certo "risco" quanto a isso. Afinal, pode ser que ocorra uma certa concentração de produção em grandes e renomadas produtoras.
    Devemos nos ater que produzir, é gastar dinheiro e em TV dinheiro tem que ser gasto com coisa boa, de qualidade.

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  22. Acredito que a abertura para as produções nacionais impostas pela lei do cabo dará um “Boom” no mercado audiovisual nacional e dará também um incentivo a melhora de qualidade dos produtos nacionais, isso é claro, se não houve um monopólio das emissoras de TV que já estão estabelecidas no mercado .

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  23. Luciana Beck de Brito2 de julho de 2012 às 23:13

    Creio que duas questões centrais se apresentam, questões essas que se cruzam. A primeira nos fala do aumento da demanda por produções nacionais para atender as cotas previstas na nova legislação, o que gera o interesse de redes do mundo todo, interessadas no enorme mercado brasileiro, que cresce a cada dia com o aumento do poder aquisitivo da população. Essa busca por produções nacionais gera uma gama enorme de oportunidades para todos os que trabalham na nossa área, sejam eles novatos ou veteranos, porem pode gerar uma corrida pela quantidade em detrimento da qualidade do material a ser produzido, o que nos leva a segunda grande questão – Como manter uma produção artística de qualidade e garantir um retorno financeiro que permita a sustentabilidade e o crescimento do negócio? Esse é um dilema que Irá, provavelmente, fazer parte de nossas vidas por um bom tempo e que somente será resolvido com o amadurecimento natural da produção nacional. É gratificante saber que grandes profissionais e empresas refletem sobre esse tema.

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  24. Acho importante atitudes como a da O2, que costuma trazer bons trabalhos para o mercado nacional. Fernando Meirelles, que conquistou o mundo com o seu Cidade de Deus e hoje anda bancando bons trabalhos no exterior, como o belo Ensaio sobre a Segueira. São coisas assim que permitem que o Brasil, no meio audivisual, se prepare para um grande salto, podendo não só continua com o bom cinema autoral, mas tbm poder criar produtos comerciais de qualidade e apelo internacional.

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