Por
Luciana Galastri- Revista Galileu - Ed.248 - Março 2012
Há 3 anos, em uma galáxia não muito distante (na verdade, na Via Láctea mesmo), o aficcionado por Star Wars Casey Pugh teve uma ideia: usar o filme Uma Nova Esperança, de 1977, para criar o projeto colaborativo Star Wars Uncut. Ele e sua equipe dividiram a obra, de duas horas de duração, em cenas de 15 segundos cada. O plano era que internautas do mundo todo escolhessem uma das cenas e a refilmassem da forma que quisessem. Funcionou. Cerca de 1.000 vídeos com fantoches, animações e efeitos especiais improvisados chegaram a eles.
O resultado foi tão surpreendente que a produção ganhou um Emmy em 2010 pela iniciativa. Mas foi em 2012 que as cenas foram unidas e o vídeo viralizou. Para o diretor, foi a prova do poder de transformação da web: “Na internet, qualquer um pode criar ou modificar algo facilmente”, diz. “Espero que inspire as pessoas a continuarem esse processo.” Se depender dele, deve continuar por muito tempo. O remake de O Império Contra-ataca, afirma, é questão de tempo. Que a força esteja com você, Casey! E com você também, internet!
4 PASSOS PARA CRIAR SEU PRÓPRIO FILME COLABORATIVO
INSPIRE-SE > Busque inspiração em outros projetos de
crowdsourcing pela internet. Vale conferir o trabalho de Aaron Kobling que
juntou gravações de mais de 2 mil pessoas cantando a música “Daisy Bell” e as
transformou em uma única melodia.
OPTE PELO POP > Para participarem da sua ideia, as
pessoas precisam gostar do assunto. Star Wars e Michael Jackson, por exemplo,
têm uma legião apaixonada de fãs e são temas presentes na web — fator
importante, já que a rede será a plataforma.
DIVIDA AO MÁXIMO > Não peça que cada internauta grave uma cena de muitos minutos. Para o SWU, cada trecho tinha apenas 15 segundos — segundo Casey Pugh é o tempo suficiente para as pessoas ficarem empolgadas com a criação e produzirem rápido.
SEJA UM CHEFE LEGAL > Não crie muitas regras. Deixe que as pessoas usem sua criatividade, mas, ao mesmo tempo, monitore se as pessoas continuam empolgadas com o projeto. Estabelecer um prazo próximo para a entrega do material é vital.
DIVIDA AO MÁXIMO > Não peça que cada internauta grave uma cena de muitos minutos. Para o SWU, cada trecho tinha apenas 15 segundos — segundo Casey Pugh é o tempo suficiente para as pessoas ficarem empolgadas com a criação e produzirem rápido.
SEJA UM CHEFE LEGAL > Não crie muitas regras. Deixe que as pessoas usem sua criatividade, mas, ao mesmo tempo, monitore se as pessoas continuam empolgadas com o projeto. Estabelecer um prazo próximo para a entrega do material é vital.
Prezadas e Prezados, dêem a sua opinião sobre a nota, em especial o que muda - e se muda - em relação ao trabalho de vocês.
Achei a iniciativa excepcional! É fato que o Cinema ainda deve ser preservado como uma obra audiovisual que leva a assinatura do diretor, suas escolhas, suas opções e seu modo de ver a narrativa, mas é mesquinhez pensar que não há outras vias de acesso para se fazer cinema. Nos dias atuais, é incontestável a proximidade do público dito como leigo com os processos de produção do cinema, acho até que esse mesmo público, pode por muitas vezes somar nesses processos. Sendo assim, creio que essa iniciativa onde as pessoas enviam sua contribuição para que um filme seja produzido é fantástica. No exemplo acima tivemos um filme uncut que não se preocupou com a estética e sim com o conteúdo que deveria ser fiel ao original mas, por outro lado, um diretor que quiser ser um pouco mais ousado, pode colocar como exigência para o envio dos materiais, que a pessoa se utilize de tal estética, nem precisando ter uma qualidade full hd de filmagem, assim, lhe poupando tempo, dinheiro e lhe proporcionando talvez, a fama almejada.
ResponderExcluirO tipo de filme acima não é o que me vem a cabeça quando se fala em cinema, ainda que a iniciativa seja bastante interessante. A proposta permite ao público brincar de diretor, criar seu próprio filme - ainda que seja só uma pequena parte dele. Ao participar, a pessoa não só empresta seu talento e criatividade - gratuitamente - como aumenta a divulgação do filme, divulgando para familiares e amigos. A ideia agradou, já que recebeu até um Emmy, mas eu ainda opto por filmes tradicionais, que carreguem a marca do diretor, sem negar que propostas como essa estarão cada vez mais presentes no mundo audiovisual contemporâneo.
ResponderExcluirAchei a iniciativa muito bacana! Pra quem gosta de Guerra nas Estrelas é hilário ver um trabalho como esse, até porque, mesmo o fã que nunca sonhou em ser cineasta, tem a fantasia de participar das produções de uma saga como Star Wars. Claro que, como a Gabi falou, esse não é o estilo de filme que considero mais “sério”, bem produzido, mas também não acredito que essa seja a proposta da iniciativa. Muito pelo contrário, acho que, assim como a ideia do filme do canal Brasil que recebeu colaborações dos internautas, esta proposta aproxima o publico ainda mais do universo cinematográfico e ainda ajuda a divulgar a obra em si.
ResponderExcluirAnalisar o convite à participação na criação de obras audiovisuais não é tarefa fácil. Acho que a iniciativa é interessante, mas tem lá suas “características... Digamos duvidosas”. Elas não permitem que pelo menos por enquanto, possamos acreditar que este modelo se trate do futuro. Preferi dividir este comentário em aspectos positivos e negativos dele:
ResponderExcluirAspectos positivos:
1 – Participação do público;
2 – Inovação na forma (mesmo quando o conteúdo se mantém);
3 – Uma opção a mais no que diz respeito ao entretenimento.
Aspectos negativos:
1 – Só participa quem é apaixonado, o que limita (e muito) a abrangência;
2 – A inovação pode causar uma descaracterização da obra (de quem é? O que é? Para quê?);
3 – Pode se converter em mais um produto somente comercial.
Posso concluir ainda deixando uma reflexão. Esta interatividade não seria uma forma de erradicação da obra audiovisual? Em outras palavras, ninguém é dono, ninguém é responsável. (Já imaginou se o judiciário deixasse todo mundo participar da criação das leis?). Outra coisa. Não seria mais interessante proporcionar uma popularização das produções através da tecnologia (como já vem acontecendo)? Ou seja, quem deseja participar, que faça sua obra. Sinceramente? Me parece mais uma onda. Além disso, mais um mecanismo de dominação dos grandes. Embora pense assim, acredito que é importante para estudantes de audiovisual “estar atento”, pois pode ser uma oportunidade de bons ganhos. Nada mais.
O jargão usado pelo pessoal do Cinema no período de manhã é: "Cinema é uma arte coletiva." E esse post é apenas uma prova disso. Hoje o estilo cinema experimental é forte, porque é acessível. Existem idéias boas (outras não), há uma maior facilidade em filmar, editar e divulgar. O que deve ser feito é não deixar que um conteúdo que não é bom ganhe uma proporção gigantesca (o que vimos na maioria das vezes no youtube em vídeos caseiros). Mas não, aqui há um norteamente sobre o que será falado, como será demonstrado fica ao gosto "popular", cada um faz ao seu modo. Isso muda a maneira como as pessoas vêem o cinema/produção audiovisual, porque elas fazem parte disso como produtores, divulgadores e público dos seus e dos outros vídeos. Experimentação e interatividade amplia o horizonte do cinema e cria mais um espaço dentro do mundo audiovisual, um espaço que tem seu público, que tem quem goste, assim como os tradicionais.
ResponderExcluirDe certa meneira,várias pessoas acabam ajudando na construção de um produto audiovisual,seja na pesquisa de campo,ou através de críticas posteriores.Críticas estas que influenciam em trabalhos posteriores.Então,acho muito bacana essa idéia de cosntruir o seu produto através de uma colaboração conjunta.Porque mesmo você não aproveitando praticamente nada do que foi criado,ou aproveitando também,afinal,essa é a idéia deste projeto,você terá,desde já, detalhes de pesquisa sobre o gosto do seus supostos espectadores.Neste meio nosso,tudo que vier é lucro...
ResponderExcluirComo já citado, envolver expectadores na produção de um filme, por menor que seja, ajuda e muito na divulgação do próprio produto; além de despertar o interesse dessa sociedade que a cada dia que passa quer mais interatividade.
ResponderExcluirAcredito que em um futuro próximo, esse tipo de filme tenha um público fiel e talvez até bem numeroso, mas não acho que todos acolham esse movimento e que ele vá substituir o cinema como o conhecemos hoje.
Acho que a maioria dos amantes do cinema buscam um filme do qual eles estão alheios e que irá surpreendê-los. Nem todos querem ter o trabalho de contribuir com aquela obra, querem simplesmete pagar, assistir e se distrair/emocionar com o filme escolhido.
Enfim, para mim é um novo tipo de trabalho e é bem vindo, mas não acredito que influencie (ou atrapalhe) o nosso trabalho.
A ideia do filme colaborativo é muito interessante e é uma inovação no mundo do cinema,seguindo os passos citados no texto acima, acredito que facilitaria na execução, mas só isso não basta, é preciso audácia, força de vontade,empenho,dedicação e muito tempo. Uma equipe preparada para receber essas informações é de extrema importância para definir tais escolhas. Acredito que pra a finalização, se você precisar de pessoas para formar sua equipe, pode usar a página do facebook para convidar, de fotógrafos a editores, atores, produtores, enfim, o negócio é se comunicar e com isso a ideia do filme colaborativo pode sim dá certo desde que seja seguido essas dicas básicas, mas fundamentais.
ResponderExcluirTenho que os filmes colaborativos são mais uma novidade decorrente da facilidade das filmagens atuais. Com criatividade, qualquer um, com uma câmara digital na mão, pode filmar e, em seguida, editar, em casa, seu próprio filme. Certamente que os filmes colaborativos podem ser um excelente entretenimento, bem como servir de pesquisa para os profissionais de mídia do que o público quer, seja na propaganda ou para inspirar na produção de outros filmes, pois as ideias são muitas. Também poderá ser mais uma mídia de divulgação do filme original ou um produto televisivo, pois o público de televisão gosta de programas em que possa participar.
ResponderExcluirExiste muito valor para uma obra audiovisual colaborativa criada por um grande número de pessoas, sejam profissionais, estudantes e amadores. Uma senda nova para produções independentes que busquem interatividade e experimentação. O "tamanho" dessas produções pode variar em grau e neste campo, tem-se um potencial enorme enquanto laboratório. Podemos considerar novos projetos feitos para o público e pelo público. Obviamente que existe um público específico que participará de uma atividade como essa.
ResponderExcluirPenso que a partir do momento q alguem ou produtora produz algum tipo de produto e o exibi, esse mesmo produto ganha vida propria nas mentes das pessoas. Se antes estes produtos eram parodiados, re-intepretados, usados como inspiracao e ate mesmo copiados e satirizados em formas de charges, hoje a internet possibilitou romper algumas fronteiras ate entao encontradas. Tempo e espaco sao postos em suspensao para se criar em conjunto e em tempo integral e nao linear.
ResponderExcluirObras consolidadas sempre foram e serao re-inventadas, porem agora estas mesmas "novas versoes" serao mais acessiveis e com um maior numero de colaboradores tendo em vista as "nao barreiras" da internet.
Quanto a possibilidade de tais producoes se tornarem populares ou virais esta diretamente ligado aos temas escolhidos, seu numero de fas e seguidores e o produto final.
Alexandre C. Mota
Esse tipo de produto colaborativo é muito interessante. Muitas pessoas ao assistirem um filme sempre pensam: "Como eu queria estar no filme". Acredito que todos nós temos uma parte que tenta entrar naquele universo particular, um universo que só é visto na tela. As produções colaborativas transformam essa vontade em realidade. Hoje em dia não há muita desculpa, a maioria da população tem uma câmera, seja de celular ou de qualquer outra fonte. Ainda assim, vejo essa iniciativa um tanto que fechada no âmbito da internet, é legal, é diferente, mas não é algo que eu gostaria que tomasse outros espaços.
ResponderExcluirNão tinha ouvido em falar sobre esse projeto, e realmente é fantástico. Eu tinha visto um parecido que a Canon realizou com os seus usuários onde eles criaram uma história inicial e os internautas teriam que produzir uma sequencia para ele. Era uma forma SUPER criativa de divulgar a marca e seu equipamento (se não me engano é a Canon 5D. Talves essa ideia do Filme tenha saido dessa interatividade criada pela Canon. Mas o importante é como esta cada vez mais evidente como as pessoas estão se sentindo muito mais "útil" quando participam diretamente de projetos.
ResponderExcluirTive a oportunidade conhecer este projeto quando participei de uma entrevista com o animador mineiro Marcelo Tannure, que faz parte da equipe deste filme, ele contou que este tipo de projeto é uma excelente oportunidade para se trabalhar com o que gosta e ter 100% de escolha criativa. Espero que projetos como esse comecem a surgir no mundo inteiro, quem sabe aqui na una não podemos criar um?
ResponderExcluirLegal, toda iniciativa a criatividade criativa é de bom agrado, acho sim que de alguma forma pode ser usado, o problema é que no trabalho não é uma cabeça e sim a quantidade de membros do grupo, ai dissimila um pouco pela opinião de cada um. Mas a arte é sempre bem vinda!
ResponderExcluirLegal, pois assim, quando você terminar o filme terá vários espectadores, pois eles mesmo vão querer assistir, e indicar para seus conhecidos.
ResponderExcluirE todos os filmes é bom a troca de ideias com toda a produção, mas não deixando influenciar muito para não sair da sua ideia principal. Uma boa ideia é sempre bem vinda
Na corrida de aproveitar a expansão do mercado audiovisual os projetos são “testados”. As iniciativas podem ser interessantes ou não. Neste caso analiso como mais uma das tantas que se põe a fazer a sua “promessa”. Adaptada ao nosso tempo parece o início da Revolução Industrial quando havia enorme concorrência entre os inventores com seus produtos. Há de certa maneira uma revolução audiovisual e os projetos que envolvem as ficções “intergalácticas” já tiveram na história da televisão o seu lugar de destaque. Há certa repetição e quem sabe dentro da lógica que denominamos “estética da repetição” conceito cunhado por Arlindo Machado.
ResponderExcluirO cinema é a arte do coletivo, e como citado acima, é imprecindivel que cada um
ResponderExcluirtenha liberdade para fazer sua parte da melhor maneira possivel seguindo
um roteiro deliniador. Acredito que possa ate ser possivel se construir algo
sozinho, mais isso nem se compara a uma construção em conjunto, onde
ideias que se cruzam, discurssoes e questionamentos sobre o tema em questao fazem com
que o trabalho ganhe mais força, sem falar que com a facilidade de ter um equipamento
hoje em dia, com uma camera na mão e um computador com software de edição, você ja tem
o necessario para começar uma produção!
Para quem ja vive no mundo do Youtube, ver estes videos com certa frequencia. Na minha opiniao, este tipo de video onde há a interaçao com o publico é o futuro da TV, pricipalmente para a TV digital, pois o mercado interativo como games está somente crescendo e as produtoras ja devem estar de olho nessa possibilidade.
ResponderExcluirDe longe isso pode ser chamado de cinema convencional.
ResponderExcluirEstamos vivendo o crescimento da internet e ações como essa, interativas, se tornarão cada vez mais comuns.
O público sempre quis participar do que ele assiste, e hoje, com a facilidade de acesso e distribuição de conteúdo isso se tornou ainda mais fácil.
Isso só abre ainda mais as nossas chances de entrar no mercado de trabalho.
Mais uma vez acredito que a bola da vez é a tal da , interatividade.Imagine só, pessoas comuns , eu e você ,podendo recriar cenas de um filmes como, Star Wars e interagir com todos os fãs da saga e se sentir no lugar de um dos seus ídolos é um projeto que sem dúvida nenhuma deve encantar a todos os que acompanham Guerra nas Estrelas. Acredito que criar com base em cenas já existentes nos abre portas para novas possibilidades e experiências nos ajudando muito no processo, tão difícil , criativo .
ResponderExcluirA iniciativa é muito boa, e se assemelha com outra produção mostrada em sala de aula - o clip do Johnny Cash. Esse tipo de projeto imprime um frescor ao meio do audiovisual e só faz enriquecê-lo. Sem dúvida, como já disseram meus colegas anteriormente, esta produção muito se diferencia da produção audiovisual predominante atualmente, principalmente a cinematográfica. Um filme onde tudo é planejado, onde a arte do cenário se comunica com a luz da fotografia, o roteiro, e tudo se une seguindo a visão de um diretor, é uma produção artística que tem seu valor já demonstrado durante a história. Porém, nos tempos da internet e da interatividade é pedir demais do público que fique apenas sentado no sofá vendo produtos feitos por outras pessoas, sobre os quais têm pouca ou nenhuma influência. Projetos como o Star Wars Uncut quebram essa distância que a obra audiovisual mantém do público, além de resultar em uma produção única e incrivelmente criativa, uma vez que se utiliza da criatividade e visão de muitas e diferentes pessoas. Ele aproxima o público que antes estava tão isolado apenas na frente da telona ou telinha e o insere num universo tão mágico para eles. Aquelas pessoas que antes apenas podiam acompanhar a história como ouvintes, agora têm o poder de participar delas e de mostrar as suas interpretações sobre as mesmas. Isso acaba incentivando o público a acompanhar a produção audiovisual, e a se comunicar com ela, ajudando também os profissionais do ramo a entenderem melhor o público com quem falam.
ResponderExcluirAntes de tudo, queria lembrar que eu já havia visto de antemão esse material, aliais na epoca que estava sendo feito faltou pouco para eu enviar uma participação minha. Enfim, trasheira é comigo mesmo, o material é hilário e plenamente saudosista. Acho que esse tipo de atitude é fantastica, a suecagem (que a proposito tem um filme chamado "Rebobine por favor" que aborda esse tema, mostrando dois rapazes regravando filmes inteiros para depois locar). Afinal, Cinema é isso, pensar, criar, repensar, recriar - é uma linguagem unia e que não deve ser dominada apenas pelo conservadorismo, esse tipo de atitude é mais que aprovada.
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