segunda-feira, 3 de setembro de 2012

BBC estuda modelos para auxiliar canais na produção local de drama



Por Ana Carolina Barbosa - Tela Viva News - Produção audiovisual - 28/08/2012, 20h40

A BBC Worldwide promove seu Showcase América Latina no Rio de Janeiro, e uma das novidades neste ano é a busca dos clientes por parcerias com a broadcaster britânica para a produção local de drama, como observa Helen Jurado, VP de vendas para televisão e distribuição da BBC Worldwide Latin America. "Temos muita experiência em drama, roteiro e produção. Estamos vendo como podemos ajudar", diz a executiva, destacando que isso já pode ser um reflexo do sistema de cotas de programação nacional impostos pela Lei do SeAC.

Matt Forde, EVP de vendas e coprodução da BBC Worldwide America, conta que os modelos ainda não estão definidos e devem ser ajustados de acordo com a necessidade de cada cliente. "O importante é que já temos conhecimento do negócio de cada um deles", avalia o executivo.

Além destas novas oportunidades de negócio que se delineiam, as vendas continuam fortes e crescentes para o mercado brasileiro, tanto para canais pagos como abertos, especialmente de drama e estilo de vida. Neste ano, a BBC iniciou a distribuição de um de seus canais no Brasil, o BBC HD, por enquanto apenas no line-up da Net. Segundo Matt, isso é uma grande oportunidade de mostrar a programação da BBC e ajuda a estabelecer uma conexão mais profunda tanto com a audiência quanto com parceiros locais, o que deve produzir impactos positivos nos negócios no País.

No ano passado, clientes que oferecem conteúdo exclusivamente por plataforma digital, como o Terra e a Saraiva Digital, participaram do evento. Neste ano, os executivos tiveram reuniões com representantes da Netflix e Apple.

Prezadas e Prezados, interessa? Na opinião de vocês, quais são os problemas para os produtores audiovisuais como vocês para participarem com chances em processos de oferta de conteúdo como esse? E como seriam as soluções?

26 comentários:

  1. O canal BBC é realmente um referencial de tv para o mundo inteiro, seu caráter estatal possibilita uma imensa diversidade de conteúdo. A participação do brasil na programação da BBC alavancaria diversas produtoras brasileiras, mas com certeza deveria ser investido mais dinheiro em cargo de emprego com pessoas qualificadas.

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  2. Ao ler essa notícia logo me indaguei:

    - Logo agora que seria uma oportunidade de empregar profissionais da área do audiovisual do nosso país eles querem pegar o produto e produzir com mão de obra deles?

    Não sei, temos que ficar experto para não deixar eles dominarem o nosso audiovisual.

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  3. Realmente Raul você tem toda a razão mas, a nossa mão de obra para audiovisual ainda esta pequena comparada ao enorme mercado internacional ou melhor temos capacidade de crescer e é o que esta acontecendo mas, eu vejo um desinteresse governamental, pois se na Inglaterra (BBC), Itália (RAI), Espanha (TVE) e outras mais já tem anos de estrada o governo brasileiro tem que começar a investir mais aqui dentro da nossa casa.

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  4. Acho muito interessante uma parceria entre a produção local e a broadcaster britânica. Com essa Lei do SeAC, vamos ter um grande incentivo na produção nacional e, assim, muitas oportunidades para quem trabalha na área audiovisual. Seria uma ótima oportunidade de troca de conhecimentos, experiências e técnicas entre os produtores nacionais e os estrangeiros. Porém, para não interferir negativamente na nossa produção e também para não "tirar" nosso trabalho, como mencionaram acima, deve-se criar um limite na porcentagem de participação estrangeira.
    Se houver um limite bem pensado, a parceria é proveitosa para ambos os lados.

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  5. Talvez fosse muito radical pensar que a BBC quer tirar nossa identidade audiovisual quando diz "Temos muita experiência em drama, roteiro e produção. Estamos vendo como podemos ajudar”. Baseado em meu senso comum, os brasileiros possuem maior costume e gosto por produções estrangeiras, não valorizam os produtos do Brasil. Assistem a muitas séries americanas e a estes outros programas de TV fechada. Nós, como telespectadores, já não valorizamos produtos brasileiros por essência. Imagina como produtores, valorizarmos a mão estrangeira?
    De maneira alguma eu gostaria de uma parceria com a BBC. Ela pode ser grande, referência em produção audiovisual e tudo mais. Mas para o Brasil, acredito que não iria funcionar! Iria retardar o nosso processo de possibilidade de ascensão no audiovisual. Quem lhe dá dinheiro, quer dar opinião também. E se não for nós, brasileiros para fazermos produtos para nós mesmos, nunca iremos CONSTRUIR NOSSO ESPAÇO E A NOSSA IDENTIDADE neste ramo.

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    1. Concordo muito com a Nayara. o espirito global está cada dia anulando o nacional. Cada vez mais negamos nossas identificaçoes nacionais em merito as internacinais. e vejo nessa busca de parceria da BBC uma forma de apropriar e modificar nossa identidade nacional.

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  6. Acredito que o maior problema para nós, pequenos realizadores, é que os canais não estão realmente interessados nos produtos nacionais. Eles querem apenas "tapar os buracos" da programação e, para isso, não precisam de nós. Vão recorrer a produtoras de grande porte para sanarem com programas fáceis e simples essa lacuna.
    Talvez uma das soluções seja prezar pela qualidade e não pela quantidade. Mostrando que os produtos brasileiros também têm chance de alcançar o grande público nas TVs fechadas, nós possivelmente teremos lugar no mercado.

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  7. Acho que será uma grande oportunidade para as pequenas produtoras brasileiras, já que terão o auxílio de uma das melhoras empresas de audiovisual. Porém, é preciso ter cuidado para manter as características brasileiras e exigir uma participação grande na produção dos projetos, já que o intuito é um produto nacional. Os brasileiros não devem perder de vista a qualidade do produto e usando a criatividade devem criar uma identidade brasileira.
    Unindo uma grande empresa internacional com a qualidade das produções brasileiras reconhecida internacionalmente, creio que essa parceria gerará ótimos frutos.

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  8. Acho que se a BBC realmente se afiliasse as produtoras brasileiras seria uma grande oportunidade para o Brasil e acho que até mesmo a BBC sairia em destaque por divulgar projeto de outros lugares e não só os projetos da Inglaterra como é originalmente, e fazendo essa afiliação abriria muitas portas para projetos brasileiros que tem potencial para serem grandes e reconhecidos.

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  9. Não vejo isso como um 'problema' para os produtores brasileiros, e sim uma oportunidade para ambos. Não acho crucial uma identidade brasileira, ou inglesa e sim qualidade naquilo que for produzido e se a BBC pode auxiliar com isso, não devemos tratar com uma ameaça.

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  10. Vejo essa possível parceria como uma grande oportunidade para nós brasileiros, mostrarmos o tamanho de nossa força criativa, desde que
    não deixemos que só eles ditem as regras.
    Na minha opinião, o maior problema é a falta de incentivo e investimento dos governos nessa área do audiovisual.

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    1. Desconsiderem esse. Não sei como apagar.

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  11. Vejo essa possível parceria como uma grande oportunidade para mostrarmos o tamanho de nossa força criativa, desde que não deixemos que só eles ditem as regras. Para participarmos com boas chances em processos como esse, teremos que ter mais incentivo e investimento por parte de nossos governos ou até mesmo de empresários.

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  12. Bia Portugal (Fabiana)18 de setembro de 2012 às 14:59

    É interessante a oportunidade... mas até onde está ao nosso alcance já é outra coisa... não que seja impossível, mas em comparação as potencias RJ e SP... será que essa oportunidade chega aqui?
    Não sei que tipo de solução seria viável... pois pra quem ainda está na "grande pequena Beozonte" e também, para nós que ainda estamos ingressando nessa área... parece uma utopia acreditar que estamos nivelados com os demais para nos encaixar nessa "vaga"...

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  13. Concordo com a maioria... é ótimo saber que empresas grandes estão incluindo o Brasil na programação. Isso mostra o quanto ganhamos de responsabilidade tendo um dos canais da BBC. Quanto a oportunidades, concordo com a Fabiana. SE, algum dia, tivessemos uma oportunidade de criar algo, duvido muito que chegaria até aqui, uma vez que, a maioria das coisas giram no eixo RJ/SP. Solução? Façam BH crescer, invistam nos novos estudantes, e deem oportunidade a quem quer aprender.

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  14. Teoricamente isso é uma grande oportunidade. A ressalva que faço, é em relação a "os modelos ainda não estão definidos e devem ser ajustados". Se esse ajustado no caso for realmente uma parceria, sim, mas se for só mais um meio de ter trabalhos de fora em canais daqui, é só mais um lamento. Se houver mais incentivos e incentivos, acredito sim que produtores como nós, teremos oportunidade de trabalhar em produções assim.

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  15. Existem vantagens e desvantagens... Por ser uma emissora conceituada e de qualidade, a BBC pode oferecer para o Brasil conteúdo diferenciado e ser um desafio aos realizadores locais. No entanto, usando a própria equipe eles podem vir a prejudicar o espaço da produção brasileira.

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  16. Acredito que a parceria do Brasil com a BBC, poderia ser um grande avanço no desenvolvimento da indústria cinematográfica no país, mas por outro lado também avalio como um passo delicado.
    Acredito que os modelos de conteúdo e trabalho da broadcaster britânica, com a mesma proporção que alavancaria o crescimento de inúmeras produtoras do país, poderia modificar, limitar, e transformar esse nosso processo de construção de uma identidade com características próprias e originais.

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  17. Débora Magalhães Rocha1 de outubro de 2012 às 17:03

    Concordo com a Bartira Duarte sabendo como fazer, não perdendo a nossa identidade Não acho que atrapalharia a produção nacional só ajudaria tendo em vista que a BBC é referência mundial em Tv. A minha maior preocupação é, onde nós que estamos apenas começando entraríamos nessa história? As maiores produtoras certamente pegariam todo esse mercado. Teoricamente é uma oportunidade que deveria estar muito próxima de nós, mas que ficará apenas na vontade ou nos sonhos.

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  18. Talvez eu esteja sendo pessimista, mas acho que eles não dão muita bola pra quem está realmente começando não, afinal, o negócio deles já é bem grande, pra quê arriscar!? Quem vai conseguir oferecer os conteúdos são as produtoras maiores, que já têm um nome (leia-se as do Rio e São Paulo). Tenho pra mim que, como disse o Felipe, eles estão querendo “tapar buracos” na grade devido à nova lei, e como eles mesmos irão produzir, basta comprar os conteúdos oferecidos por quem tem as idéias.

    Realmente é uma oportunidade de negócio que vai crescer aqui no Brasil, mas não pra quem quer produzir e sim, vender a idéia.

    A solução pro brasileiro que ainda está começando seria priorizar produtos de qualidade excelente, mas vai demorar pra chegar lá, porque para conseguir um produto excelente provavelmente haverá muitos erros no caminho. (mas sempre tem aquele sortudo/super competente que consegue de primeira, rsrs).

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  19. Acredito que isso não vai muito longe, com a bertura para produção nos canais de tv , ja é um grande passo, vamos acabar produzindo para nossos canais de tv. Muita coisa vai aparecer principalmente pela internete, Precisamos estar atentos e começar a produzir. Mesmo que seja porduçoes sem orçamento a base da equipe uma mão ajuada a outra.

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  20. Acho que a BBC e um grande referencial para todo o meio audiovisual, acho que ela pode ser vista como modelo para produção nacional! Na realidade e um modelo que pode ser adaptado ao meio de comunicação nacional!

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  21. Bom, acho que esse tipo de oportunidade aparece mais para quem já se consolidou no mercado há anos. Porem, quem frequenta festivais de audiovisual já deve ter percebido a facilidade de contatos profissionais para abertura de oportunidades menores que essa, mas também amplamente proveitosas e benéficas. Acredito que o problema de certas iniciativas é a concentração no eixo Rio-São Paulo, sem grande abertura para regiões com produção já consolidada, como é o caso, por exemplo, de Recife que hoje em dia tem uma das produções de maior qualidade no país, e que acabam beneficiando a produção de regiões que já são bem fortes, em detrimento de regiões que as vezes necessitam de uma força maior por não contarem ainda com grande capacidade de movimentação de capital para impulsionar a produção local. À nós cabe iniciarmos o processo de nos esforçarmos mais para ampliar o aproveitamento em contatos que tivermos com profissionais de carreira audiovisual extensa e tratarmos de aproveitar a obrigatoriedade de produção durante a faculdade como algo benefico ao nosso portfólio pessoal e como inicio de carreira, para ampliarmos nossas possibilidades de crescimento profissional em um prazo mais curto, ou seja, tratarmos nossos trabalhos acadêmicos como trabalhos profissionais, e não simplesmente algo para se conseguir um diploma no final do curso.

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  22. Rafael Felício | 310275041 de outubro de 2012 às 19:44

    A BBc por ser uma TV estatal é bem reconhecida e tida como exemplo de como fazer TV, aliando esse estilo com bons conteúdo produzidos aqui no Brasil, esse modelo tem tudo pra ser um sucesso.

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  23. Creio que será um avanço em possibilidades sim. Mas concordo com o Julio Cruz quando ele diz que esse tipo de oportunidade é para quem já está consolidado no mercado. Com o avanço das tecnologias nos equipamentos, muitos se acham "produtores de audiovisual". Não creio que são estes profissionais que a BBC procura. Mas creio que grandes profissionais existes por ai, e para estes, portas se abrirão. Abrindo as portas lá, cria-se uma lacuna e outra porta se abre. Cabe saber se será preenchida a vaga.

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